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Gerenciamento de Superfície de Ataque Externo

Um Pilar Crítico na Defesa Cibernética!

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Introdução

Attack Surface Management - EASM) é uma abordagem essencial de cibersegurança focada em identificar, monitorar e gerenciar os ativos de uma organização expostos externamente à internet.

O Gerenciamento de Superfície de Ataque Externo (External Attack Surface Management – EASM) é um componente essencial da segurança cibernética moderna. Ele se concentra na detecção, monitoramento e mitigação de riscos associados aos ativos de uma organização expostos à internet. Com a expansão das infraestruturas digitais devido à digitalização acelerada, a superfície de ataque das organizações cresceu exponencialmente, abrangendo desde sistemas on-premises até ambientes em nuvem e dispositivos IoT. Nesse cenário, o EASM surge como uma estratégia indispensável para identificar vulnerabilidades, mapear ativos desconhecidos e fortalecer a proteção contra ciberataques.

O Brasil, por exemplo, registrou um aumento significativo em ataques direcionados a infraestrutura de nuvem e dispositivos IoT em setores como saúde, finanças e comércio. Esse panorama reforça a importância de uma abordagem proativa no gerenciamento de ativos digitais expostos.

Conceito e Relevância

A superfície de ataque de uma organização engloba todos os ativos digitais que podem ser acessados e explorados por um atacante externo, como servidores, APIs, domínios, subdomínios e endereços IP. Em um mundo onde a transformação digital avança rapidamente com tecnologias de nuvem e IoT, proteger essa superfície se tornou um desafio constante.

Ativos mal configurados, esquecidos ou abandonados, conhecidos como “ativos fantasmas“, são especialmente críticos. Muitas vezes, eles ficam fora do alcance de auditorias internas e se tornam alvos atraentes para atacantes. Um exemplo comum são servidores de teste que permanecem acessíveis ou subdomínios antigos associados a sistemas desativados.

Estudos apontam que mais de 30% das organizações globais enfrentaram incidentes de segurança relacionados a ativos não gerenciados nos últimos dois anos. Em empresas de grande porte, onde o controle total dos ativos é mais desafiador, a falta de visibilidade pode resultar em brechas significativas.

Como Funciona o EASM

O ciclo de vida do EASM segue uma abordagem estruturada, dividida em quatro etapas principais:

  1. Descoberta de Ativos:
    A primeira etapa envolve identificar todos os ativos digitais expostos ao público, como domínios, subdomínios, endereços IP, serviços e APIs. Ferramentas de varredura contínua são usadas para mapear ativos, muitas vezes revelando elementos criados fora do controle da equipe de TI (Shadow IT).
     
  2. Avaliação de Riscos:
    Após a identificação, os ativos passam por uma análise de risco para detectar vulnerabilidades, incluindo configurações incorretas, softwares desatualizados ou serviços desnecessariamente expostos. Frameworks de segurança, como NIST e CIS Benchmarks, podem ser utilizados para estruturar essa análise.
     
  3. Monitoramento Contínuo:
    A superfície de ataque é dinâmica, com mudanças frequentes devido à criação de novos ativos ou alterações nas configurações existentes. Ferramentas especializadas monitoram essas mudanças, alertando as equipes de segurança sobre potenciais riscos em tempo real.
     
  4. Remediação e Correção:
    Após a detecção de vulnerabilidades, medidas de correção devem ser aplicadas rapidamente, como a instalação de patches, remoção de serviços obsoletos ou ajuste de configurações de segurança. Essa etapa requer integração com processos de TI e automação para garantir eficiência.

Benefícios do EASM

A adoção de uma solução eficaz de EASM traz inúmeros benefícios:

  1. Visibilidade Abrangente:
    O EASM oferece um mapeamento completo dos ativos digitais expostos, incluindo aqueles negligenciados, como subdomínios não monitorados ou servidores antigos.
     
  2. Redução da Superfície de Ataque:
    Ao identificar e corrigir vulnerabilidades proativamente, reduz-se a quantidade de vetores de ataque disponíveis para potenciais invasores, diminuindo significativamente o risco de exploração.
     
  3. Resposta Ágil:
    Com alertas em tempo real e monitoramento contínuo, as organizações podem responder rapidamente a novas ameaças, minimizando o tempo de exposição e os impactos financeiros de uma possível exploração.
     
  4. Facilidade em Compliance:
    O EASM auxilia no cumprimento de regulamentações, como o GDPR, a ISO 27001 e a LGPD no Brasil, ao fornecer uma visão clara e atualizada dos ativos digitais e garantir sua conformidade com normas de segurança e privacidade.

Desafios do EASM

Embora os benefícios sejam claros, a implementação do EASM enfrenta desafios significativos:

  1. Escopo Dinâmico:
    A superfície de ataque está em constante evolução. Manter um inventário atualizado de ativos digitais é especialmente difícil em grandes corporações que possuem departamentos independentes ou parceiros terceirizados.
     
  2. Falsos Positivos:
    Ferramentas automatizadas frequentemente geram falsos positivos, sobrecarregando as equipes de segurança com tarefas de validação e priorização manual. Uma abordagem equilibrada, que combine automação e supervisão humana, é essencial.
     
  3. Shadow IT:
    Ativos criados fora do controle oficial de TI, como servidores de teste ou serviços experimentais, representam uma ameaça crítica. Para lidar com isso, é necessário um esforço coordenado entre equipes de TI, DevOps e segurança, aliado a políticas organizacionais robustas.
     
  4. Coordenação Interna:
    A colaboração entre diferentes departamentos é crucial para garantir que todos estejam cientes dos ativos que estão criando ou modificando. Isso exige comunicação clara e processos bem definidos.

Exemplos de Ferramentas de EASM

Existem diversas soluções no mercado que oferecem capacidades avançadas de EASM, atendendo diferentes necessidades organizacionais:

  • Palo Alto Cortex Xpanse: Fornece visibilidade em tempo real da superfície de ataque externa, identificando ativos não gerenciados e vulneráveis.
     
  • RiskIQ: Especializada em monitoramento de ativos digitais e detecção de ameaças externas, com insights detalhados sobre vulnerabilidades.
     
  • Censys: Realiza varreduras profundas de portas e serviços, ajudando a identificar e mitigar exposições em tempo real.
     
  • Shodan: Um motor de busca que identifica dispositivos conectados à internet, útil para mapear ativos IoT e servidores.
     
  • Nmap (open-source): Ferramenta gratuita para varreduras de rede e identificação de serviços em portas abertas.
     
  • OpenVAS: Uma plataforma de código aberto para detecção de vulnerabilidades em sistemas conectados.

Conclusão

O Gerenciamento de Superfície de Ataque Externo (EASM) é mais do que uma solução tecnológica: é um pilar estratégico para a segurança cibernética moderna. Em um ambiente digital em constante transformação, a visibilidade contínua e a capacidade de resposta ágil oferecidas pelo EASM são essenciais para proteger organizações contra o crescente volume de ameaças.

Para começar, as empresas podem realizar um inventário inicial de seus ativos digitais expostos, identificar vulnerabilidades críticas e adotar ferramentas apropriadas, como as mencionadas neste artigo. Mais do que mitigar riscos, o EASM ajuda a garantir resiliência cibernética e conformidade regulatória, posicionando a segurança como prioridade estratégica.

Atualizado em 01/12/2024.

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