Fundamentos do Deep Learning
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– Introdução –

Deep learning ou aprendizado profundo é um subcampo da inteligência artificial que utiliza redes neurais artificiais profundas para modelar e resolver problemas complexos. Este artigo explora cinco principais técnicas dentro de deep learning: Redes Neurais Convolucionais (CNNs), Redes Neurais Recorrentes (RNNs), Transformers, Aprendizado por Reforço e Autoencoders. A seguir, abordamos sua história, funcionamento e aplicações atuais.
Redes Neurais Convolucionais (CNNs)
História e Surgimento
As CNNs foram inspiradas pela estrutura do córtex visual dos animais. A ideia de usar convoluções para processar imagens foi introduzida por Kunihiko Fukushima em 1980 com o modelo Neocognitron. Posteriormente, Yann LeCun popularizou as CNNs na década de 1990 com a criação do LeNet-5, usado para reconhecimento de dígitos manuscritos.
Estrutura
As CNNs consistem em:
- Camadas de convolução: Aplicam filtros para extrair características das imagens.
- Camadas de pooling: Reduzem a dimensionalidade e melhoram a eficiência computacional.
- Camadas totalmente conectadas: Transformam os dados processados em saídas finais.
A operação de convolução pode ser definida como:


Exemplos Atuais
Hoje, CNNs são amplamente usadas em:
- Reconhecimento facial (exemplo: Face ID da Apple).
- Diagnóstico médico, como detecção de câncer de pele.
- Visão computacional para carros autônomos (exemplos: Tesla e Waymo).
Redes Neurais Recorrentes (RNNs)
História e Surgimento
As RNNs foram desenvolvidas para lidar com dados sequenciais. O conceito de redes com loops de feedback foi proposto por John Hopfield em 1982. No entanto, redes recorrentes tradicionais sofriam com o problema de desaparecimento de gradientes, limitando seu desempenho.
Avanços
Em 1997, Sepp Hochreiter e Jürgen Schmidhuber introduziram as Long Short-Term Memory (LSTM), resolvendo o problema de aprendizado de longo prazo. A equação de atualização de um bloco LSTM é dada por:


Exemplos Atuais
RNNs, LSTMs e GRUs são usadas em:
- Tradução automática (exemplo: Google Translate).
- Reconhecimento de fala (exemplos: Siri e Alexa).
- Geração de texto (exemplos: GPT-2 e GPT-3).
Transformers
História e Surgimento
Os Transformers foram introduzidos em 2017 por Vaswani et al. no artigo “Attention is All You Need”. Diferente das RNNs, eles utilizam mecanismos de auto-atenção, permitindo processar sequências de forma paralela.
Estrutura
A equação da auto-atenção é:


Exemplos Atuais
Modelos como BERT, GPT-4 e T5 utilizam Transformers para tarefas como:
- Chatbots (ChatGPT, Bard).
- Tradução automática.
- Análise de sentimentos e classificação de texto.
Aprendizado por Reforço
História e Surgimento
O Aprendizado por reforço (RL, do inglês Reinforcement Learning) tem suas raízes na psicologia comportamental e foi formalizado na década de 1950. Richard Sutton e Andrew Barto popularizaram o campo com seu livro “Reinforcement Learning: An Introduction”.
Estrutura
O RL segue o modelo agente-ambiente-recompensa, onde um agente aprende por tentativa e erro. Um dos algoritmos fundamentais é o Q-Learning, definido por:


Exemplos Atuais
- AlphaGo enfrentou o campeão mundial de Go, Lee Sedol, e venceu a série de cinco partidas por 4 a 1.
- Sistemas de recomendação (exemplos: Netflix, YouTube, Spotify e Amazon).
- Otimização de robôs autônomos.
Autoencoders
História e Surgimento
Os autoencoders surgiram nos anos 1980 como um método de aprendizado não supervisionado para compressão de dados. Eles aprendem a representar dados de forma eficiente.
Estrutura
Um autoencoder tem:
- Codificador: reduz os dados de entrada, extraindo apenas as informações essenciais.
- Decodificador: reconstrói os dados a partir da representação comprimida, minimizando a perda de informação.
Exemplos Atuais
- Redução de dimensionalidade: PCA (Análise de Componentes Principais) com autoencoders para simplificar e organizar grandes volumes de dados.
- Detecção de anomalias: Identificação de fraudes bancárias e ataques cibernéticos.
- Geração de imagens sintéticas: Criação de imagens realistas ou estilizadas por inteligência artificial.
Conclusão
O deep learning segue transformando a tecnologia, impulsionado por arquiteturas como CNNs, RNNs e Transformers. No horizonte, podemos esperar avanços significativos em inteligência artificial generativa, maior eficiência computacional e aplicações inovadoras em diversas áreas.
Atualizado em 23/02/2025.
Referências
1. LeCun et al., 1998. “Gradient-Based Learning Applied to Document Recognition”.
2. Hochreiter & Schmidhuber, 1997. “Long Short-Term Memory”.
3. Vaswani et al., 2017. “Attention is All You Need”.
4. Sutton & Barto, 2018. “Reinforcement Learning: An Introduction”.